CAPA ESPECIAL
Denize
Savi

Gil Inoue
Denize Savi é especializada em Ciência da Felicidade, com MBA em Psicologia Positiva, Neurociência e Comportamento; além de coordenar a ONG Doe Sentimentos Positivos – projeto de gentileza urbana sediado em São Paulo.
Sua missão é inspirar pessoas a cuidarem de si através de sua fala, semeando o conceito de felicidade para que cada um construa a sua própria felicidade. “Eu gosto de brincar que eu entrego flores com meu conhecimento para que as pessoas comecem a plantar o seu próprio jardim”, conta a especialista. Em um momento no qual saúde mental está em pauta, Denize propõe reflexões e ensinamentos sobre como trazer a felicidade como estado pleno perante as mais variáveis situações do dia a dia.
Na prática, ela desenvolve palestras, talks e conteúdos nas redes sociais com linguagem leve e descontraída, pautados nas técnicas e ferramentas da ciência da felicidade. Entre os assuntos estão temas como o exercício do perdão, atenção plena, otimismo, controle da ansiedade, busca pelo bem-estar, inteligência emocional, entre outros.
Para 2022 ela planeja o lançamento de seu primeiro livro, pela editora Gente, sobre autoconhecimento, felicidade e relações interpessoais; e um novo projeto para expandir seu conteúdo em plataformas digitais.
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Gil Inoue
Denize Savi é uma mulher de várias faces. Comunicadora, criadora de conteúdo, palestrante, mestre de cerimônias, escritora… De onde surgiu a vontade de trabalhar com Ciência da Felicidade? Não é um desafio atuar em uma área tão nova e que poucas pessoas conhecem?
Eu tive um turn point na minha vida prestes a completar 40 anos. Estava num casamento infeliz, cercada de pessoas tóxicas, com vários questionamentos sobre o meu trabalho (na época era influenciadora de moda) e me vi tendo que dar um novo rumo para minha vida pessoal e profissional. Foi num profundo processo de autoconhecimento que encontrei coragem para me divorciar e mudar de cidade para recomeçar a vida. E foi nessa transição que descobri a Psicologia Positiva (um dos pilares da Ciência da Felicidade). Fiz uma pós graduação em Psicologia Positiva, depois outra em Neurociência e há 5 anos venho me especializando em Ciência da Felicidade. Hoje esse tema é o core da minha comunicação nas redes sociais e em palestras, e venho desbravando novos horizontes falando também de felicidade em empresas e eventos corporativos com a missão de impactar as lideranças para construir ambientes de trabalho menos rígidos e mais centrados na figura humana.
Ainda falando sobre toda a sua versatilidade, você também é coordenadora da ONG Doe Sentimentos Positivos, que promove todo dia 13 de novembro (Dia Mundial da Gentileza) ações pelo Brasil em prol da gentileza, doando sentimentos através de mensagens positivas. Como especialista, é verdade que gentileza pode gerar felicidade? Como?
Pode-se dizer que a gentileza é um dos ingredientes da felicidade, porque ela é um recurso de conexão humana.
O maior estudo do desenvolvimento humano da história, realizado pela universidade de Harvard revelou que uma vida feliz é uma vida com boas conexões, com bons relacionamentos. E só se relaciona bem, quem tem esse olhar para o outro. E a gentileza é um gesto de cuidado com o outro. É pensar que o outro é tão digno de respeito, de empatia, de alegria, quanto nós mesmos.
O filósofo francês Emmanuel Levinas diz que quando eu proporciono felicidade para o outro, eu me sinto feliz. Sentir que, de alguma forma, eu iluminei o outro me deixa feliz.
E a neurociência comprova isso. Os Estudos de neurociência mostram que, quando uma pessoa pratica um ato de gentileza, é ativado o sistema de recompensa do cérebro. A mesma área é deflagrada quando comemos chocolate, fazemos sexo, rimos de coisas engraçadas ou brincamos com o cachorro, só citando alguns exemplos. Ou seja, fazer o bem também ativa os circuitos de prazer e libera dopamina. É claro que quem recebe a gentileza também é impactado positivamente, mas os estudos mostram que o impacto maior é em quem faz a gentileza, olha que interessante.
Casadíssima com o empresário Caito Maia, com quem está junto há cinco anos e mãe de Sofia, de 15. Como tem sido as expectativas para a chegada de Noah? O que a maturidade, nesse caso, traz de aprendizado?
Decidir engravidar aos 42 anos não foi fácil. Passei dois anos refletindo sobre isso até tomar a decisão. Eu tive muito medo, tanto por questões fisiológicas quanto pelo impacto que um filho poderia causar na minha carreira. Quem é mãe sabe que temos que renunciar a muita coisa. Mas o coração falou mais alto. Senti uma força tão grande vinda do meu coração e me enchi de coragem. Eu e o Caíto somos muito família. Adoramos a casa cheia, fazer programas com as crianças e um filho nosso só vai reforçar esse laço de amor. Com o Noah serão 4 filhos (risos). O Caíto tem o Luca e o Benício do primeiro casamento e eu tenho a Sofia do meu primeiro casamento. E agora teremos o nosso Noah. E a gravidez nessa fase da vida tem sido muito benéfica para mim. Me sinto mais plena, mais segura, ainda mais empoderada.
Vamos falar de saúde mental, como cuida da sua e o que faz para descansar? Já teve alguma crise de exaustão por trabalhar tanto?
Desde que eu comecei a ter acesso as ferramentas da Ciência da Felicidade tenho percebido um impacto significativo na minha saúde mental. Eu sempre digo que o conhecimento cura. Claro, não basta aprender, tem que praticar, tem que treinar. Felicidade e bem-estar é treino. Uma das coisas que mais me ajudam a manter o equilíbrio é a meditação. Há 4 anos eu pratico meditação transcendental. Faço logo nos primeiros minutos do meu dia para não ter desculpas. Eu acordo, faço minha higiene matinal, faço minha oração, meus mantras de prosperidade, aí medito 20 minutos. É o meu momento sagrado.
No passado, quando eu trabalhava em TV, tive crise de exaustão por excesso de trabalho. Tanto que me afastei da televisão e migrei para a Internet.
Hoje entendo que não preciso dar conta de tudo. A vida não é um pódio e a saúde mental vem antes de qualquer coisa. Antes, inclusive, do sucesso. Definitivamente não vale tudo pelo sucesso.
Você se relaciona muito bem com a moda. O que ela significa para você?
Me relaciono super bem com a moda. Antes de fazer transição de carreira eu era influenciadora de moda no interior do Paraná. Mas a minha bandeira sempre foi (e ainda é) a moda enquanto expressão de individualidade, de personalidade e não enquanto tendência.
Acredito que a maneira como nos vestimos diz muito sobre nós. E precisamos respeitar isso para criar uma identidade que dialogue com o mundo. Eu gosto muito de conforto no meu modo de vestir, mas sempre com um toque de personalidade, um detalhe que se destaque no look e expresse que tenho algo a mais para dizer. Costumo investir em peças atemporais, com boa qualidade. Minha meta, passada a gestação, é montar um guarda-roupa capsula.
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Felipe Archer
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Gil Inoue

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Gil Inoue
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Quem inspira Denize Savi, e qual o seu DNA?
A minha maior inspiração é a minha filha Sofia, que me ensina dia após dia sobre o que é o amor e o que é se doar por inteiro para outro ser humano. Por ela eu luto para ser melhor e evoluir a cada dia. O Caíto também é uma grande inspiração para mim. Ele me desafia e me incentiva a acreditar em mim. Me espelho no ser humano incrível que ele é, na história dele, na energia, na garra, no amor pela vida. Estar ao lado de uma pessoa como ele é acreditar que sonhos existem para serem realizados. E profissionalmente, uma referência de mulher muito bem-posicionada no mercado é a Gabriela Prioli. Ela é meu benchmark. Se posiciona brilhantemente como formadora de opinião sem deixar seu lado feminino e fashion de lado, que é uma característica marcante dela. Admiro mulheres que se posicionam no mercado de forma tão versátil sem perder o profissionalismo. Isso também está no meu DNA.
Para finalizar, o que significa ter sucesso para você?
Sucesso é ter paz de espírito. Não quero pódio, porque para conquistar o pódio alguém tem que perder. O que funciona para mim é cooperação, por isso sou muito grata a todas as pessoas que me ajudam na minha jornada. Quero sim me realizar profissionalmente, tenho vários sonhos, mas se custar a minha paz, prefiro o caminho mais longo àquele que vai me desiquilibrar. Portanto, sucesso é paz de espírito.
Defina o seu:
Amor?
Pela vida. E vida para mim é tudo que me move: meus filhos, meu companheiro, amigos, trabalho... Tudo que me faz acreditar que viver vale a pena.
Qualidade?
Empatia. Essa é uma habilidade que fui treinando ao longo da minha jornada em felicidade e percebi que ela é uma qualidade muito poderosa.
Defeito?
Procrastinadora. Sofro da Síndrome da Impostora. Quando percebo que estou prestes a conquistar algo muito importante para mim eu me saboto. Fico adiando demandas importantes e assim adio meus sonhos. Estou trabalhando isso em terapia.
Sonho de consumo
Um ano sabático na Califórnia. De preferência morando de frente para o mar.
Lugar para viajar e sempre voltar?
Não tenho um lugar preferido. Gosto de novas experiências.
Rodrigo Vipych