“A MODA É UMA EXTENSÃO DO QUE EU SOU”: TAMY E O PROTAGONISMO NEGRO NA ESTÉTICA
- Redação

- 1 de jul.
- 2 min de leitura
Artista multifacetada, usa a moda como ferramenta de identidade, resistência e afirmação da potência preta em um cenário historicamente excludente

Em um cenário onde, por muito tempo, a moda foi pensada por mulheres negras, mas não para elas, Tamy vem rompendo padrões e reforçando a importância de ocupar espaços.
Durante décadas, a indústria da moda se alimentou da criatividade e estética das mulheres negras sem, no entanto, incluí-las como protagonistas — seja na criação, nas passarelas ou nas campanhas. Tamy reconhece essa mudança em curso e a atribui a um esforço coletivo, de dentro para fora.
“A moda é uma extensão do que eu sou. Eu visto muito do que eu sinto, do que me faz feliz, do que me faz bem”, afirma. “Moda é identidade. Acredito que consigo entender um pouco sobre uma pessoa a partir do que ela veste.”

O que está em jogo, para além do visual, é uma revolução simbólica. Quando mulheres negras se apropriam da moda como ferramenta de narrativa, elas desestabilizam padrões historicamente excludentes. “Vamos mostrar que a gente também usa o que a gente faz. Para além de ter mente criativa, a galera preta também consome”, reforça. “E eu acho que essa virada de chave parte muito desse princípio de entender que o que a gente faz é potente. É belo e é pra gente também viver, né?”

Tamy encarna uma geração que rejeita o papel de musa inspiradora apenas para os outros e se reconhece como criadora, como consumidora, como referência. Sua imagem, construída com liberdade, é também um manifesto contra os estereótipos que historicamente limitaram a presença das mulheres negras nos espaços de visibilidade e decisão.
“Essa virada de chave é muito por um esforço coletivo de nós mesmos, sabe? De mostrar que existe talento aqui, que esse talento que produz pode ser para nós”, explica. “ Nós somos potentes”, finaliza.




