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O CORPO, A COROA E A CONSCIÊNCIA: A HISTÓRIA DE SUPERAÇÃO DE SAIYURI CARVALHO


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Fotos: Carlos Sales

Com beleza marcante, propósito firme e uma história de vida que inspira, Saiyuri Carvalho é muito mais do que uma modelo de sucesso. Natural de Sergipe, ela conquistou o título de Miss em dois momentos distintos — 2017 e 2025 — e vive hoje uma nova fase, marcada pelo amadurecimento pessoal, espiritual e profissional. Nutricionista de formação, ela já enfrentou desafios intensos no universo da moda, incluindo transformações físicas exigidas por padrões distintos, e aprendeu, na prática, a importância do equilíbrio emocional e da saúde como prioridades inegociáveis.


Mas é fora das passarelas que Saiyuri revela sua força mais transformadora: ao decidir transformar as dores vividas em relacionamentos abusivos em causa social, ela encontrou sua verdadeira missão — acolher, conscientizar e empoderar outras mulheres que, como ela, precisaram reencontrar sua própria voz. Nesta entrevista, Saiyuri abre o coração e compartilha os bastidores de sua trajetória com coragem, sensibilidade e propósito.

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Confira abaixo a entrevista:


Você foi Miss Sergipe em dois momentos distintos da sua vida, em 2017 e agora em 2025. O que mudou em você — como mulher e como profissional — entre essas duas conquistas?


Em 2017, eu era uma jovem cheia de sonhos, em processo de amadurecimento. Sempre digo que, naquela época, eu ainda não tinha plena consciência da grande responsabilidade que é carregar uma faixa e uma coroa de Miss. Sabia que representava meu estado, representava muitas mulheres, mas ainda não compreendia o poder de um propósito verdadeiro.


Hoje, em 2025, voltei ao Miss Brasil com outra cabeça, outras vivências e uma bagagem que só o tempo e a experiência trazem. Já atuava como modelo em São Paulo, trabalhei com grandes marcas, viajei para outros países, vivi intensamente o universo da moda — e tudo isso me amadureceu, me deu clareza e me preparou. Hoje, sei exatamente o que é ser uma Miss: é muito mais do que estética, do que uma faixa ou uma coroa bonita.


Ser Miss é ter consciência da representatividade. É saber que esse espaço é uma plataforma poderosa para influenciar positivamente vidas — principalmente de mulheres que se enxergam em mim. Eu voltei com propósito, com responsabilidade e com a certeza de que ocupar esse lugar é uma missão que vai muito além da beleza. É sobre inspirar, transformar e deixar um legado.


Seu relato sobre relacionamentos abusivos tem inspirado muitas mulheres. Em que momento você percebeu que precisava transformar sua dor em causa social?


Minha conexão espiritual com Deus foi fundamental para essa transformação. No momento em que vivi esses relacionamentos abusivos, tudo o que eu sentia era dor. Era difícil enxergar qualquer sentido naquilo. Mas, com o tempo, à medida que fui evoluindo espiritualmente, comecei a compreender que aquela dor não precisava ser apenas sofrimento — ela podia se transformar em propósito.

Acredito muito que todas as fases ruins pelas quais passamos trazem, de alguma forma, um aprendizado. Às vezes, é na dor que encontramos nosso maior ponto de virada, que crescemos, amadurecemos e nos aproximamos ainda mais de Deus. E foi exatamente isso que aconteceu comigo.

Chegou um momento em que senti, com muita clareza, que eu precisava testemunhar o que vivi — que outras mulheres precisavam saber que não estavam sozinhas. Minha dor virou testemunho. Meu testemunho virou propósito.


Hoje, consigo falar sobre tudo o que vivi sem chorar, com serenidade e com força. E isso me deixa feliz, porque significa que estou curada e pronta para estender a mão a outras mulheres que estão passando pelo que eu passei. Se eu conseguir transformar uma dor tão profunda em algo que inspire e ajude outras mulheres, então já valeu a pena.


Quais sinais de abuso emocional ou psicológico você considera mais difíceis de perceber no início de um relacionamento?


Para mim, todos os sinais foram difíceis de perceber no início, principalmente porque eu estava emocionalmente envolvida. Quando a gente está apaixonada, a tendência é romantizar certos comportamentos, mesmo quando pessoas próximas tentam nos alertar.

O sinal mais camuflado, no meu caso, foi a forma como o “cuidado” era apresentado. Frases como: “Você não precisa trabalhar”, “Deixa que eu cuido de você”, “Fica em casa tranquila, sem estresse”... À primeira vista, isso parecia carinho, proteção, até amor. Mas, com o tempo, esse cuidado se transformou em controle e posse.

Hoje entendo que essa tentativa de me afastar da minha independência foi um dos primeiros indícios de abuso emocional. Só que, no começo, é muito difícil enxergar isso como um problema. Parece um gesto nobre, mas, na verdade, é uma forma sutil de isolar e enfraquecer.

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Você engordou 12 quilos para estar dentro do padrão Miss e depois perdeu 9 quilos para atender ao padrão da moda. Como foi esse processo físico e emocional para você?


A Miss e a modelo seguem padrões estéticos bem diferentes. Eu costumo dizer que a Miss representa a essência de si mesma: ela é quem é, com suas curvas, sua presença, sua verdade. Já a modelo representa uma marca, um conceito — e, esteticamente, isso exige mudanças bem claras.

Para o universo Miss, precisei ganhar cerca de 12 quilos de massa, porque o padrão pedia mais curvas, um corpo mais próximo da mulher brasileira. Já para voltar ao mercado da moda, tive que perder quase tudo isso: foram 9 quilos a menos, para me adequar a um corpo mais reto, quase como um cabide que veste as roupas da marca.


Fisicamente e emocionalmente, esse processo foi bem desafiador. Para mim, ganhar foi mais fácil do que perder. Ganhar envolvia comer mais, aumentar a ingestão calórica — e, como eu amo comer, isso foi até prazeroso. Já perder exigiu muito mais: treinos diários com foco em cardio, dieta hipocalórica, suplementação e disciplina total.

Como sou nutricionista formada, eu sabia exatamente o que precisava fazer, quais estratégias adotar — e isso com certeza me ajudou. Mas, mesmo com conhecimento, não foi fácil. Exige muito foco, força de vontade e equilíbrio emocional. A boa notícia é que, com dedicação e propósito, tudo é possível. E eu sou prova disso.


Sabemos que você é contra o uso de medicamentos para emagrecer. Como foi criar sua própria dieta e quais princípios nutricionais você seguiu nessa jornada?


Desde que me formei em Nutrição, sempre fui responsável pelos meus próprios planos alimentares. No começo, confesso que foi desafiador — é natural querer montar uma dieta baseada apenas no que gostamos de comer. Mas, com o tempo, compreendi que quem estava elaborando o plano precisava ser a Saiyuri nutricionista, e não apenas a Saiyuri pessoa. Essa separação foi fundamental para que eu conseguisse alcançar meus objetivos com responsabilidade.


Embora eu não calcule cada detalhe do meu plano de forma rígida, tenho total consciência da composição nutricional dos alimentos. Para essa fase de perda de peso, adotei uma dieta hipocalórica (com menos calorias), hipoglicídica (reduzida em carboidratos, mas apenas a curto prazo) e normolipídica (com quantidade equilibrada de gorduras). Essa estratégia foi pensada para promover emagrecimento sem comprometer minha saúde ou meu bem-estar.

Também incluí na minha rotina uma suplementação estratégica. Uso pré-treinos termogênicos para acelerar a queima de gordura, melhorar o metabolismo e ajudar na desinflamação do organismo. Além disso, utilizo suplementos como ômega 3, creatina, whey protein, e outros voltados para a imunidade, saúde da pele, cabelo e unhas.


Sou contra o uso de medicamentos para emagrecer justamente porque acredito no poder da nutrição bem feita, da constância e do autocuidado. O processo de eliminar 9 quilos foi exigente, sim, mas consegui chegar lá com saúde, equilíbrio emocional e, principalmente, com consciência e amor pelo meu corpo.

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Sua semelhança com a jornalista Cinthia Chagas chamou atenção no mercado da moda e da publicidade. Como você lida com esse tipo de comparação e como isso impactou sua carreira?


Ser comparada com a Cíntia Chagas, para mim, é uma grande honra. Ela é uma mulher lindíssima, autêntica, extremamente inteligente — e quem me dera falar com a eloquência e segurança que ela tem! Sempre que alguém comenta essa semelhança, eu recebo com muito carinho. E, para ser sincera, essa comparação só tem aumentado com o tempo.

O que me tocou ainda mais foi perceber que, além da aparência, temos histórias de vida parecidas.


Descobri que ela também passou por um relacionamento abusivo — e essa coincidência criou uma conexão que vai além da imagem. Saber que duas mulheres, com trajetórias diferentes, mas com dores semelhantes, conseguiram transformar isso em força me inspira ainda mais.

Então, se de alguma forma essa semelhança ajudou a abrir portas no mercado da moda e da publicidade, eu só posso agradecer. Mas, mais do que isso, fico feliz por estar sendo comparada com uma mulher tão forte e admirável, por dentro e por fora.


Com tanta visibilidade, quais são os próximos passos que você planeja para ampliar sua voz e fortalecer sua causa de combate à violência contra a mulher?


Ainda não tenho uma estratégia detalhadamente traçada, mas acredito muito que tudo está acontecendo como deve ser. Estou acolhendo, com muito amor e entrega, cada oportunidade que Deus tem colocado no meu caminho — e sei que todas elas estão alinhadas com o propósito de ampliar minha voz e fortalecer essa causa tão importante.


Meu desejo é, cada vez mais, me conectar com o público de forma profunda e verdadeira. Quem sabe, em breve, eu esteja palestrando por aí, compartilhando minha história de maneira ainda mais direta e impactante. Inclusive, já recebi alguns convites nesse sentido — e isso me deixou muito feliz e motivada.

Espero que muitas outras portas se abram, para que eu possa expandir essa missão de conscientizar, acolher e inspirar mulheres — e seres humanos em geral — a reconhecerem seu valor, romperem ciclos de dor e reconstruírem suas vidas com dignidade e força.

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