EROSÃO: REGINA MIRANDA ESTREIA FILME INSPIRADO NO DESAPARECIMENTO DE ATAFONA
- Redação

- 29 de ago.
- 2 min de leitura

Fotografia: Danilo Alves
O avanço do mar sobre a cidade de Atafona, no norte fluminense, tornou-se um dos retratos mais impactantes da erosão costeira no Brasil. Centenas de casas já foram engolidas pelo oceano, e a cada ano o mapa urbano diminui diante da força incontrolável das marés. É nesse cenário dramático, ao mesmo tempo real e simbólico, que nasce Erosão, novo curta-metragem da diretora, coreógrafa e cineasta Regina Miranda. A estreia acontece no dia 26 de agosto, às 20h30, no Estação Net Rio, em Botafogo, marcando um encontro entre arte, resistência e memória.
Com apenas 15 minutos de duração, Erosão ultrapassa a simples denúncia ambiental. O curta propõe uma reflexão íntima e sensível: como lidamos com os desmoronamentos – geográficos, históricos e pessoais – que moldam nossa existência? A narrativa acompanha três mulheres, interpretadas por Adriana Bonfatti, Patrícia Niedermeier e Aline Deluna, que enfrentam perdas sucessivas. No entanto, encontram no corpo e na memória uma força de resistência e reinvenção.
“Erosão nasceu da urgência em responder poeticamente à devastação ambiental e emocional que testemunhei em Atafona. O mar avança sem cessar, mas também nos convoca a imaginar novos modos de permanecer. O filme fala de perdas, mas sobretudo de esperança e recomeço”, afirma Regina Miranda.

Fotografia: Danilo Alves
Com fotografia de Lucas Loureiro e trilha sonora de Bernardo Gebara, o filme evoca práticas ritualísticas e espiritualidades afro-brasileiras, reconhecendo o mar como espaço de transformação e presença ancestral. A montagem fragmentada dialoga diretamente com as ruínas de Atafona, enquanto sons experimentais e falas deslocadas do corpo ampliam a dimensão poética da obra.
Com mais de cinco décadas de atuação nas artes, Regina Miranda é reconhecida nacional e internacionalmente. Em 2023, recebeu o Prêmio APTR de Direção de Movimento e o título de Mestra das Artes Brasileiras pela Funarte. Em Erosão, reafirma sua vocação de cruzar linguagens e expandir os limites do cinema contemporâneo.
O curta é uma produção da Casa Cine Brasil, com produção de Alexei Waichenberg e produção executiva de Jeana Kamil, e se soma à pesquisa da diretora sobre memória, corpo feminino e resistência.

Fotografia: Danilo Alves
Pré-estreia: 26 de agosto, terça-feira, às 20h30
Local: Estação Net Rio – Botafogo, Rio de Janeiro



