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CAPA ESPECIAL

Erica Marti

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Foto e edição : @duktion

Aos 16 anos, você saiu do país sozinha para trabalhar com moda. Como essa experiência moldou sua visão de mundo e sua forma de liderar hoje?

Aos dezesseis anos, eu fui morar na Ásia. Foi algo que eu desejei muito e lutei para conquistar: ter uma carreira internacional como modelo. Fiquei lá durante quatro anos, morando na China, Indonésia, Hong Kong, Filipinas, Tailândia, entre outros países. Foi justamente na transição da adolescência para a vida adulta, e isso me transformou completamente. Estar aberta a novas culturas, religiões e formas de ver o mundo me tornou uma pessoa mais empática e com uma capacidade de comunicação muito maior.

E qual foi o momento mais desafiador no processo de assumir publicamente sua identidade como mulher lésbica?

Eu adoro essa pergunta porque traz o propósito da minha participação no concurso. Eu tenho um certo privilégio, que é a passabilidade hétero. Por eu performar uma feminilidade mais próxima do que a sociedade espera, as pessoas presumem que eu seja hétero. Apesar de ser um privilégio contra a homofobia, isso também gera uma violência: a invisibilidade das mulheres lésbicas femininas. Sempre ouvimos: “É só uma fase”, “Você tem certeza?”, “Me prova”. Então eu decidi abrir mão desse privilégio e levantar a voz para que todas as mulheres, independente da aparência, tenham sua sexualidade respeitada.

E qual foi a escolha mais difícil para chegar até aqui?

Foi me autoconhecer. Olhar no espelho e saber quem eu realmente sou. É um privilégio e, ao mesmo tempo, um grande desafio. Mas também foi libertador.

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Quem é Erika Martti hoje?

Sou uma mulher batalhadora, que saiu de casa muito cedo, atingiu posições de liderança cedo e decidiu usar a voz para dar visibilidade a outras mulheres.

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Você afirma ser a primeira lésbica no concurso em alguns aspectos. Pode explicar melhor o que significa isso?

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Assumidamente no Brasil, sim. Não se sabe se existiram outras candidatas lésbicas anteriormente porque nenhuma levantou essa pauta. Internacionalmente, tivemos exemplos importantes, como Angela Pons em 2018, primeira mulher trans no Miss Universo, além da Miss Porto Rico e da Miss Argentina, que assumiram o relacionamento após o concurso. Mas nunca durante o processo.

O que torna isso tão importante agora?

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Porque 2025 é um ano de retrocessos, em que várias marcas retiraram apoio da comunidade LGBT. A Miss é mais do que um rosto bonito, ela é uma diplomata, alguém com voz. É justamente nesses momentos de opressão que precisamos levantar nossa bandeira para que direitos conquistados não sejam apagados. Muitas mulheres lutaram para eu estar aqui hoje, e agora eu luto para que outras venham em condições ainda melhores.

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Como tem sido representar o Mato Grosso no Miss Eco Brasil e, ao mesmo tempo, ser símbolo de diversidade?

Eu sou a primeira representante do Mato Grosso no concurso. É um estado muito rico em diversidade natural: Pantanal, Amazônia e Cerrado se encontram lá. E eu sou uma mulher que cresceu em diferentes culturas, que valoriza essa diversidade em todas as suas formas.

Você fala sobre um “novo perfil de Miss”. Quais são os pilares desse novo modelo?

Autenticidade e comunicação. A Miss deixou de ser apenas um rostinho bonito há muito tempo. Hoje é preciso ter propósito claro e voz ativa. Durante o reinado, você carrega uma bandeira, que será vista e ouvida por muita gente. O concurso também está mudando: mulheres casadas, mães, de diferentes idades participam, refletindo a sociedade real. Se voltarmos ao início, ser Miss já foi algo revolucionário. Nos anos 1920 e 1930, uma mulher desfilar de maiô era um absurdo. Então, por que depois o perfil ficou tão conservador? Quero resgatar essa essência revolucionária.

O Miss Eco Brasil acolheu sua causa?

Totalmente. Eu conversei com a direção nacional sobre minha preocupação com o fato do concurso internacional acontecer no Egito, um país onde a comunidade LGBTQIAPN+ enfrenta restrições. Eles me apoiaram desde o início, e isso fez toda diferença. Não faria sentido eu participar escondendo quem eu sou.

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Você recebeu críticas quando anunciou sua candidatura. Como lidou com isso?

Logo que fui aclamada Miss Eco Mato Grosso, a mídia destacou que eu seria a primeira lésbica assumida no concurso. A comunidade celebrou, mas também vieram ataques homofóbicos. Um comentário dizia: “Já sabemos quem vai ganhar”, insinuando que minha sexualidade seria o motivo da vitória, e não meu mérito. Outros diziam que esse assunto não deveria ser levantado por uma Miss. Isso me deu ainda mais força. Se Miss é comunicação e propósito, eu estava no caminho certo.

Que mensagem você deixaria para meninas e jovens LGBTQIAP+ que acompanham sua trajetória?

Sejam vocês mesmas, sem medo, sem barreiras e sem se prender à opinião dos outros. A vida passa muito rápido. A partir do momento em que você se conhece, um mundo inteiro e lindo se abre diante de você. E lembrem-se: vocês não estão sozinhas.

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